Relacionamentos Profissionais Proativos e Positivos

*Celso Tracco

A sociedade como um todo e em especial, o mercado de trabalho, vêm sofrendo constantes e dramáticas transformações, durante as últimas décadas. Os impactos destas transformações têm uma amplitude global e de alguma forma, atinge a todos nós. Tudo está em constante movimento, já não há sólidas referências quer seja no âmbito afetivo, familiar, social e profissional. Neste “novo mundo” como estabelecer relações profissionais proativas e positivas?

Sem dúvida um enorme desafio, mas que devemos enfrentar, se quisermos estar conectados com a atualidade. Vamos refletir, neste artigo, como podemos em nossas empresas, contribuir para um ambiente mais saudável, proativo, positivo, colaborativo e, portanto, mais lucrativo. Esta reflexão passa, necessária e obrigatoriamente, pelo campo das COMPETÊNCIAS EMOCIONAIS.

Em primeiro lugar, toda e qualquer mudança comportamental, em uma entidade empresarial deve começar pela diretoria desta empresa. A frase: a palavra convence, mas o exemplo arrasta, deve ficar gravada na mente de todos. Não basta apenas discursar. A diretoria, gerência, deve estar comprometida nas ações efetivas decorrentes de seu discurso. O exemplo vem, sempre, de cima em qualquer situação. As atitudes e ações da empresa devem passar por qualificações de transparência, honestidade, comprometimento, assertividade, confiabilidade, humanidade. Os funcionários e colaboradores reconhecendo que a diretoria e gerência estão comprometidas, através de suas atitudes e ações, com o cumprimento das metas empresariais, tenderão a se engajarem e assimilarem mais facilmente o que a empresa espera deles. 

Algumas ações que ajudam uma empresa a ter relacionamentos profissionais proativos e positivos:

Disciplina – Cumprir prazos e horários, gera confiança entre todos, não deixa margens para dúvidas por antecipação. Os compromissos financeiros divulgados pela empresa, são cumpridos fielmente. As reuniões de trabalho têm hora definida para começar e terminar. Importante se ater à pauta da reunião. As reuniões com pessoas de fora da empresa, são realizadas nos horários aprazados. Isto gera segurança para todos.

Descontração – A empresa deve proporcionar também um local de relaxamento e descontração durante o horário de trabalho. Esse local deve ser de uso de todos.

Integração – Todos os funcionários, devem conhecer a história da empresa, a história de seus fundadores. O caminho que a empresa trilhou para chegar até aqui. Compreender quais são seus objetivos para um futuro próximo.

Reconhecimento – A recompensa financeira acordada é essencial e, na verdade obrigatória, mas não basta. Deve-se reconhecer o colaborador, colaboradora dentro da sua individualidade humana. Datas importantes devem ser lembradas: aniversários de vida, de casamento, de nascimento dos filhos, de quando entrou na empresa. Assim como da data de fundação da empresa. Festejar os objetivos alcançados, incentivar o autoconhecimento dos funcionários.

Atendimento – Ter uma preocupação com os colaboradores e seus familiares como pessoas, como indivíduos. Se possível fazer ações que aproximem os familiares da empresa. Além da tradicional e protocolar festa de fim de ano, a empresa pode promover ciclo de palestras educacionais e profissionais, atividades culturais e sociais que permitam o engajamento de todos. Naturalmente a participação deve ser facultativa.

Voluntariado – A empresa pode propor ações sociais a comunidades carentes. A empresa disponibiliza recursos, e em atividade aberta a todos, tendo à frente a diretoria, vai conhecer visitar, interagir, apoiar uma entidade carente. O importante não é doar recursos materiais, mas envolver os funcionários da empresa e seus familiares em uma atividade social. Ter contato com uma realidade diferente das que eles conhecem. Podem ser atividades voltada ao meio-ambiente, a adoção afetiva de uma escola pública, de um asilo ou creche, de atividades de reciclagem, de reuso e economia de água. Exemplos não faltam.

Relacionamentos positivos com o ecossistema empresarial – Se preocupar, desenvolver atividades, estar presente além das relações comerciais com os fornecedores, terceirizados/clientes da empresa. Agregá-los com a visão humanizada que a empresa desenvolve.

As práticas citadas acima, podem em primeiro momento ensejar um sentimento de aumento de custo para a empresa. Mas por outro lado podemos pensar que é um investimento e como investimento pode atrair novas rentabilidades. Hoje, em uma sociedade com grandes indícios de desumanização, um modelo de negócio que se preocupa, legitimamente, com o ser humano, funcionário ou não, pode fazer uma grande diferença. As pesquisas e estudos demonstram que as decisões de compra, quer de produtos ou de serviços, são cada vez mais influenciadas pelas decisões emocionais.

As ações para tornar o ambiente de trabalho mais harmonioso, proativo e positivo e, portanto, mais lucrativo, passa pela profunda integração de todos funcionários e colaboradores, com os objetivos da empresa. Já não basta ter apenas compromisso, é preciso comprometimento. Qualquer ação junto aos colaboradores, internos ou externos, devem levar em conta a sociabilidade, a interação, a participação, a inclusão de todos, seja qual for seu cargo ou escolaridade ou padrão socioeconômico.

Efetivamente estamos diante de grandes desafios pela frente, precisamos de grandes e ousadas decisões e ações efetivas para vencê-los. E em uma sociedade altamente dominada pela tecnologia, pela conectividade, pela comunicação global, a preocupação com o ser humano passa a ter um caráter essencial para o sucesso de qualquer empreendimento econômico. 

*Celso Luiz Tracco é escritor, palestrante, consultor. Autor dos livros  Vencendo nos Relacionamentos: a Arte de Lidar com as Pessoas; Às Margens do Ipiranga – a esperança em sobreviver numa sociedade desigual e O Jogo Não Acabou.

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