Autocrítica ajuda ou atrapalha?

A autocrítica sempre acompanha empreendedores exigentes, pois nos ajuda a melhorar e construir uma versão melhor de nós mesmos, mas qual é o limite? Até onde ela pode atrapalhar a produtividade, afetando até nosso amor-próprio?

Por Ricardo Ricchini*

Autocrítica é importante, mas se dermos atenção demais a ela, corremos o risco de baixar a autoestima, o que pode nos deixar imóveis com o medo do fracasso ou perdidos em conversas internas.

Eu sei disso por experiência própria, provavelmente você também. Da mesma forma, sabemos que existe essa voz interior que aponta os nossos erros, mas como acalmá-la?

Vou passar uma técnica simples, mas você precisa praticá-la para que gere resultado, pois acabamos de concordar que já sabemos do problema, portanto agora precisamos agir sobre ele.

Com essa técnica, vamos identificar quando a autocrítica aparece e então transformá-la, de oponente para aliada. Essa alteração de mentalidade dá um salto de qualidade em empreendedores, líderes e qualquer um comprometido em dar sempre o seu melhor.

Primeira parte – Compreensão

É importante notar que a autocrítica é uma estratégia de autoproteção neutra, podendo ser benéfica ou maléfica. Como tudo na vida, uma dose excessiva pode ser tóxica, não a autocrítica em si. Com moderação, ela é saudável e nos ajuda a racionalizar o que entendemos como erro, para que possamos aprender com ele e acertar no futuro.

Compreendeu que a autocrítica pode ser boa? Compreendeu que ruim é o valor excessivo que damos a ela? Ótimo! Passamos então para a próxima etapa, que se concentra em identificar quando a autocrítica acontece.

A Autocrítica é uma estratégia de autoproteção, podendo ser benéfica ou maléfica

Segunda parte – Identificação

Você pode sair do automático, onde é vítima da autocrítica quando ela te paralisa. A melhor forma de fazer isso é criando o hábito de prestar atenção às suas emoções.

A única coisa que você precisa fazer é se observar por uns minutos todo dia. É como uma prática de meditação, mas não precisa sentar em nenhuma posição especial nem fechar os olhos.

Apenas fique em silêncio e se comprometa a observar suas emoções durante um pequeno período. Aí você vai descobrir quando sente ansiedade, se fica bravo com o cachorro do vizinho latindo, se encontra serenidade quando contempla flores ou quando ouve uma música relaxante.

É poderoso! E não precisa ter reação alguma quando descobrir as emoções agindo, apenas a capacidade de observação é suficiente para que, claramente você identifique quando a autocrítica está sendo excessiva.

Quando aprender a identificar, você está pronto para o último estágio, que é a transformação da autocrítica, de exagerada para moderada.

Terceira (e última) parte – Transformação

Quando identificar a autocrítica, faça um acordo com ela. Agradeça por ter aparecido, pois a intenção é te ajudar a melhorar como empresário. Você apenas ainda não sabe dosá-la.

O acordo que você vai fazer funciona mais ou menos assim:

“Olá autocrítica. Obrigado por me alertar que eu tenho um ponto de melhoria. Vou utilizá-lo a meu favor”. Sim, é para fazer desse jeito…

E aí você anota o que entendeu que pode melhorar. Não precisa complicar. Abra um App de notas ou o próprio gravador de voz do celular e descreva claramente o que você decidiu aprimorar. Não deixe de anotar.

Apenas essa atitude já vai diminuir a ênfase da autocrítica, porque já não é necessário ficar repetindo ela para você mesmo, que é o que a mente faz, pedindo para que você aja em relação ao que ela considera um problema.

Quando tiver uma chance, talvez no próprio momento de reflexão na etapa de identificação, você agradece novamente e se compromete a lapidar suas habilidades. Pode mentalizar maneiras de fazer corretamente o que julgou errado, estudar ou treinar a melhor maneira de proceder. E, obviamente, você tem que honrar a sua autocrítica, corrigindo, aprimorando e melhorando o profissional que você decidiu ser.

O “truque” é você habituar a mente a ter um horário para fazer essa mentalização e prática. Fora dela você precisa ser produtivo, prospectar e fechar negócios.

O acordo com a autocrítica vai fazer milagres com sua autoestima e produtividade, mas só tem uma maneira de saber se ela funciona de verdade. Colocando em prática!

*Ricardo Ricchini é especialista em conexões que geram negócios. Auxilia empresários a conquistar alto desempenho comercial com inteligência emocional. SiteInstagramLinkedIn

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